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Polêmicas apontam que CQC está perdendo a linha?

O programa CQC - Custe o Que Custar, da TV Bandeirantes, tem aparecido em uma situação cada vez mais delicada na mídia. Logo que a atração surgiu até possuia um charme e pitadas de conteúdo interessantes aliados a bom humor. No entanto, os caminhos que seus integrantes adotaram têm sido questionados e não necessariamente pela postura de denúncias e relatos que contribuem para uma sociedade melhor.

O mais recente acontecimento de destaque surge em relação ao apresentador Rafael Cortez.  O jornalista Jorge Antonio Barros, em seu espaço na edição online do jornal O Globo, realiza abordagem semelhante a uma habitual do programa nesse participante da atração. Confira a reação de Cortez, muito parecida com a de algumas pessoas que ele costuma entrevistar. 

Essa reação crítica à fórmula adotada pelo programa se une a outros dois fatos que chama bastante a atenção. Estes, no entanto, talvez sejam ainda mais graves - por poderem destituir de respeito grupos que já sofrem certa opressão. Faz pouco tempo, o apresentador Danilo Gentilli fez em seu perfil no Twitter uma piada interpretada por algumas pessoas como racista. Nela, o King Kong é comparado a um jogador de futebol. Ele, em defesa própria, alegou por meio da mesma mídia que Quem disse a ele que tais comparações são "permitidas", não faço ideia. 

Antes disso, a atração quase deixou de ser veiculada ao vivo por um comentário considerado ofensivo de um dos membros da bancada em relação a um grupo de cantoras/atrizes do universo pornô que estavam propondo um trabalho musical inspirado em grupos como as Pussycat Dolls. As atrizes foram chamadas de prostitutas. Independentemente de uma opinião a respeito dos ofícios das garotas de programa, de atrizes pornôs, de cantoras ou qualquer outro trabalho existente, um trabalho de imprensa pressupõe que haja o respeito ao tipo de ofício não ilegal realizado pelos cidadãos, seja essa a profissão que for. 

Sim, é jornalismo. Será mesmo? - Sim, o CQC defende a bandeira de que é imprensa. O próprio Marcelo Tas afirma que o programa é jornalístico, com irreverência e humor. No entanto, é difícil crer que algo com essa determinação sirva, em qualquer situação, para contribuir com o prejuízo a grupos já discriminados e efetivar a manutenção do senso comum. Também é difícil acreditar que um jornalista possa ficar tenso ao vivenciar uma abordagem similar àquela que utiliza no próprio trabalho dele.

Afinal, um comunicador que crê poder ofender grupos da sociedade e outro que fica irritado com pessoas que fazem um trabalho como o seu são exemplos de uma nova imprensa? Mesmo no caso em que as realizações não são feitas dentro do programa, será que os participantes gozam de consciência sobre o impacto que a opinião de um profissional de imprensa possui junto ao público. 

Quando essas situação acontecem, talvez seja a hora de repensar o projeto e suas definições: é jornalismo com humor ou puro entretenimento? O programa cada vez menos se parece com o trabalho do notório Varella, de Marcelo Tas, e se assemelha aos programas de famosos da E! e sua versão brasileira, a RedeTV. Nada contra, desde que esses parâmetros sejam mostrados para a audiência.


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